sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cidadania no feminino: uma caminhada que não termina

Nascer mulher já foi considerado uma infelicidade e não se pode dizer que ainda não exista esse pensamento.  Não é uma luta recente por direitos, por valorização, por igualdade, é uma batalha histórica, que não cessa e que graças à ela, o gênero feminino se impõe com mais voz na sociedade. Diante da visão que se tinha de uma mulher inserida no social, percebe-se que atualmente muitos preconceitos foram quebrados, porém, ainda há muito para avançar, por exemplo, reduzir algumas estimativas entre homens e mulheres, chegando a um número mais análogo.
Escutando as histórias contadas pelos avós, pelos pais e refletindo sobre o nosso planejamento de vida hoje, é notória a progressão existente da mãe dona de casa até a independente chefe de família. Anos atrás a mulher era dotada da responsabilidade de permanecer casta até o casamento, gerar filhos, cuidar dos afazeres domésticos, cuidar do bem estar da família. A educação que necessitava era aquela que receberia da mãe e que depois passaria adiante a suas filhas, para realizarem com bom desempenho suas obrigações. A mulher se curvava a uma sociedade de padrões de dignidade, onde a vergonha de uma mulher “desviada” atingia toda a rede familiar. Ou eram mães recatadas, ou prostitutas sujas e desonestas. Agora, as mulheres do século XXI, possuem direito de voto, de escolarização, ensino superior, atuam além do lar em empresas, abrem negócios. Mesmo que muitas das vagas estejam estereotipadas em femininas e masculinas, algumas mulheres já ocupam empregos “de homens”. Nesse sentido, vale lembrar que a remuneração para ambos os gêneros é desigual (no mesmo cargo), que mulheres ainda estão em minoria nas chefias e que no poder político também estão em desvantagem. Muitas das portas se abrem com mais facilidade para o gênero masculino.
A mulher, símbolo de fragilidade, também se tornou um símbolo sexual. Vitimadas pela violência física e moral, não conseguem fugir dos números alarmantes de estupros, violência doméstica e dos insultos que as fazem serem colocadas em um lugar propriamente de objeto. A maioria das mulheres que sofreram algum tipo de violência se enquadram nas porcentagens das que foram agredidas em casa, por marido ou pai. A Lei Maria da Penha veio para ampará-las, mas, o que se intensifica é o medo por parte da mulher que denuncia,protegida pela lei, mas não afastada do perigo. Uma manifestação recente, que vem sendo disseminada pelo Brasil e também por vários outros países é a Marcha das Vadias, mulheres decididas a andarem nas ruas vestidas com poucas roupas, pintadas e defendendo sua causa, como igualdade de gênero, valorização e contra violência sexual. Um dos cartazes das manifestantes trazia a frase: “lugar de mulher é onde ela quiser”, buscando a temática do estereótipo.Esse ano uma das propostas da marcha era o debate sobre a Medida Provisória nº 557, que trata da prevenção da mortalidade materna.
Aos poucos as mulheres foram conquistando espaço, como em 1932, onde as brasileiras adquiriram o direito de votar. Não permaneceram passivas, romperam vários preconceitos e ganharam força para enfrentar suas causas e reconhecer o seu valor. Com o sistema capitalista, sua entrada no mercado de trabalho foi facilitada aumentando sua participação, montarão organizações, entraram em meio a política, estudaram e continuaram a luta por mais direitos. O quanto ainda vão lutar não sabemos, mas ficamos cientes que muito ainda há para conquistar.


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